Uma ideia na cabeça e dinheiro no bolso

A segunda coisa mais importante para organizar a nossa mudança para a Inglaterra foi dinheiro. 

(A primeira foram nossos documentos).

Desde o momento que batemos o martelo e decidimos que viríamos morar no Reino Unido, passamos a monitorar todas as nossas despesas, anotando em planilhas cada dinheiro que entrava e cada dinheiro que saía.

Sempre tivemos a clareza de que nossa adaptação aqui dependeria de quanto dinheiro teríamos no bolso para começar a vida. Vindo com dinheiro, não precisaríamos sair desesperados atrás de trabalho e teríamos calma para adaptar as meninas.

Olhando para trás parece que foi fácil. Juntamos dinheiro durante um ano. O dinheiro guardado e transformado em Libras nos daria um ano de sossego.

Nós dois, assalariados, num país com uma economia tão instável quanto a do Brasil, tivemos (e fomos!) que ser muito organizados e persistentes.

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Eu, que adoro uma listinha, escrevi em tópicos de onde “brotou” dinheiro:

  1. Mudamos nossos planos de celulares para os mais baratos: isso nos dava uma economia mais ou menos de R$ 80,00. Essa diferença ia pro cofrinho;
  2. Mudamos o pacote de internet e tv a cabo de casa. Mais R$ 100,00 economizados por mês;
  3. O Rodrigo passou a levar marmita (assim como eu). Uma economia de R$600,00 por mês – e de quebra menos 10kg!;
  4. Passamos a viver com 2/3 de nossos salários somados. Essa sobra ia diretamente para a poupança. 
  5. Controlamos gastos supérfluos com roupas, sapatos e afins… sabíamos que nada disso ia pra bagagem. Acertamos.
  6. Guardamos todo o dinheiro recebido de restituição de Imposto de Renda e PLR;
  7. Não mexemos nos nossos 13º salários;
  8. Cofrinho. Tudo quanto era moeda que sobrava ia pro cofrinho. Parece bobeira mas tinha quase R$300,00 lá;
  9. Já em Outubro (6 meses antes) começamos a vender as coisas que não usávamos em casa. Uma casa de 9 cômodos tinha MUITA coisa que poderia ser vendida.
  10. De Novembro em diante acompanhávamos as cotações e começamos a comprar Libras. Mais uma certeza de que não gastaríamos o dinheiro guardado com coisa errada.
  11. A partir de janeiro passamos a vender móveis, eletrônicos e eletrodomésticos que poderíamos viver sem. Só com as coisas de casa que vendemos conseguimos quase R$10.000,00.
  12. Verbas rescisórias dos nossos trabalhos. Como não pensávamos em ser demitidos/fazer acordo, este era um dinheiro que não entrava na nossa conta. Mas acabou entrando.
  13. Muitos dos que vão embora vendem carros e imóveis e trazem a grana. Não foi o nosso caso. Mas se for o seu, inclua esse valor na lista.

 

Para trazer nosso dinheiro usamos o transferwise (olha o jabá). Boa cotação em relação às casas de câmbio, taxa baixa e entrou direto numa conta corrente que eu já tinha aqui. 

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Vir com uma grana guardada para começar nos fez chegar com tranquilidade. Calma para escolher o trabalho certo – e não o primeiro que aparecesse.

 

É claro, também, que quanto mais rápido você começar a trabalhar, menos mexe no seu dinheiro. 

 

Começar uma vida nova e ainda com dinheiro no banco? Melhor ainda.

2 comentários em “Uma ideia na cabeça e dinheiro no bolso

    1. Oi, Michele. Obrigada pelo feedback. Eu realmente não sei como abrir uma conta ainda estando no Brasil. Em 2014, quando vim passar férias, aproveitei a estadia e me incluí como correntista de uma conta que minha irmã já tinha aqui. E foi por esse caminho que mandamos todo nosso dinheiro utilizando o transferwise. Penso que uma boa alternativa possa ser um cartão pré pago. Será que vale a pena?

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