Da Green House para Green City

Em São Paulo morava na minha querida e eterna Casa Verde. Um bairro de “gente trabalhadora” que guarda minhas mais lindas histórias da vida, os tombos de bicicleta, a descoberta de amizades eternas, as ruas e esquinas que conheço tão bem. Ali perto de casa, o único lugar verde que tínhamos era a Praça Centenário. Uma ilha no meio de tanto concreto e cimento.

Praça Centenário, em nosso antigo bairro.

São Paulo é cinza. É fria. É para os carros. A única tentativa de torná-la mais verde, mais convidativa para seus cidadãos, foi boicotada, retirada e sobrou a Paulista aberta aos domingos. Um enorme corredor cinza onde podemos conviver uns com os outros uma vez por semana.

Nosso bairro em São Paulo pelo Google Maps

É verdade, estou sendo pessimista. Tem o Ibiraquera, o Parque da Água Branca, Villa Lobos, o Parque do Carmo, do Povo…

Mesmo assim falta verde. Essa é a minha percepção. Espero que dê 14 meses para cá outras iniciativas estejam acontecendo.

Esse é um ponto importante de comparação entre a vida que eu tinha e a vida que eu tenho agora.

Basta abrir a janela do quarto para ver-de.

Onde se olha tem verde. Esse verde vira cor na primavera, mantem-se verde no verão, depois o Outono o torna sépia, depois árvores nuas e fortes que suportam o vento rasga-las no inverno durante meses a fio.

Nosso bairro em Londres pelo Google Maps

Perto de casa temos quatro parquinhos rodeado de verde. Um agrega também um campo de Rugby enorme. O outro é mais intimista e faz muro com o St George Hospital. Um outro tem quadras de basquete e área para piquenique, e tem um perto da estação de trem com brinquedos e bancos.

Um dos parquinhos que frequentamos

Além desses quatro, que são os mais pertos de casa, temos pelo menos mais quatro parques grandes que podemos frequentar: o de Clapham Common, o de Colliers Wood, o de Wimbledon e o de Wandsworth.

Canteiro da avenida mais movimentada do bairro onde moramos, em Tooting.

Caminhando pela cidade podemos notar verde em muitos outros lugares. Calçadas, praças, grandes parques no centro de Londres e na beira do rio Tâmisa….

Mais um refúgio: em 15 minutos de caminhada chegamos nesse parque!

Você sabia que aqui também temos os cemitérios como grandes áreas verdes de preservação de espécies da fauna e da flora inglesa? Existem até associações de pessoas que levam essa ideia para frente e acreditam que os cemitérios podem (e são!) importantes áreas verdes para a manutenção da vida em cidades cosmopolitas como essa.

Os cemitérios são cuidados e entendidos como lugares de manutenção de espécies da fauna e da flora

Com a chegada da Primavera e a expectativa do Verão esses espaços verdes são tomados por milhares de pessoas todos os dias da semana. De segunda a sexta os parques tornam-se lugares excelentes para relaxar no horário do almoço.

Inacreditavelmente Canary Wharf, o centro financeiro da cidade, também tem Natureza.

Já aos finais de semana os parques são tomados por crianças, milhares de crianças!, seus pais, cestas de piquenique, cangas, bolas, cachorros correndo….

O trilho do trem ao fundo e as berries que crescem feito erva daninha

Vindo de um contexto de cidade tão diferente é claro que nos sentimos privilegiados ao morar numa cidade tão colorida. E olha que poderia ser mais, hein?

A maioria das casas têm sua ‘cota’ de contribuição

Segundo os cientistas da “The Nature Conservancy”, devemos compreender que as árvores são importantes para a manutenção da vida nas grandes cidades e elas podem ser uma importante estratégia para a melhoria da qualidade de vida nos grandes centros urbanos. Elas filtram o ar, oferecem uma diminuição das ondas de calor em meio à tanta poluição e podem ajudar o poder público a diminuir o terrível número de 3 milhões de mortes anuais decorrentes de problemas de saúde ligados à poluição.

Motivos não faltam para que possamos ligar a saúde e a qualidade de vida dos cidadãos à presença de mais árvores nas cidades.

Londres, te quero cada vez mais verde.

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