Quando tomamos a decisão de mudar de país, sabíamos que muitas mudanças estariam para vir junto.
De março de 2017 para cá, mudamos de casa, mudamos de meio de transporte, mudaram todos os nossos horários de rotinas diárias, mudou a escola da Edda, mudou o pediatra das meninas, mudou nossos números de celulares (que agora possuem 11 infinitos dígitos!), mudou nossos trabalhos, mudaram nossos encontros com a família (que acontecem de tempos e tempos e viram verdadeiros eventos), mudou o nosso padrão alimentar, mudaram nossos entretenimentos ao finais de semana, mudou o idioma que usamos para nos comunicar da porta de casa pra fora, mudou a forma de acessar pessoas nas ruas, mudou nosso lugar no mundo.
De todas essas mudanças, de todas elas, uma mudança é profunda, é eterna, é constante, é uma hecatombe: a mudança do que me constitui.
Amanhã entrarei em uma sala de aula numa universidade inglesa. Será a primeira vez em 12 anos que não estudarei algo ligado à educação, será a primeira vez que assistirei um curso no exterior, a primeira vez em que um mundo completamente novo se descortina para mim.
Enquanto preparo minha rotina para essa novidade, Leminski martela na mina cabeça:
“Isto de querer ser exatamente o que a gente e, ainda vai nos levar além”.
Não é que o bandido que sabia latim estava com razão?
Mudar de país foi a mudança mais profunda e transformadora que vivi em 31 anos.
Se esforçar dia após dia para ser fluente em outro idioma e algo que demanda foco, perseverança e autorreflexão.
Das maiores mudanças que aconteceram em mim nesses últimos meses, a maior delas é quem eu sou quando estou falando inglês. Eu sou outra. Não sou a Camila com uma piada pronta para tudo. Não sou a Camila sempre com uma figura de linguagem à postos. E isso provocou profundas marcas em minha personalidade.
Enquanto a vida acontece nesse formato completamente diferente, vamos juntando o que éramos, o que queremos ser e o que já somos para dar vida a uma pessoa que traz muito do que era, mas que acrescenta aspectos novos.
Enquanto tomo um chá olho para a janela observando a cidade cinza, as árvores bailando com o vento insistente que as despenteiam. Curiosamente encontro sob a mesa metades do sujeito em construção que sou.
A vida não cria formas surpreendentes de nos mostrar seus caminhos?
Enquanto preparo minha rotina para essa novidade, Leminski martela na mina cabeça: “isto de querer ser exatamente o que a gente e, ainda vai nos levar além”.
Não e que o bandido que sabia latim estava com razão?
Mudar de pais foi a mudança mais profunda e transformadora que vivi em 31 anos.
Se esforçar dia após dia para ser fluente em outro idioma e algo que demanda foco, perseverança e autorreflexão.
Das maiores mudanças que aconteceram em mim nesses últimos meses, a maior delas e quem eu sou quando estou falando inglês. Eu sou outra. Não sou a Camila com uma piada pronta para tudo. Não sou a Camila sempre com uma figura de linguagem a postos. E isso provocou profundas marcas em minha personalidade.
Enquanto a vida acontece nesse formato completamente diferente, vamos juntando o que éramos, o que queremos ser e o que já somos para dar vida a uma pessoa que traz muito do que era, mas que acrescenta aspectos novos.
A vida não cria formas surpreendentes de nos mostrar seus caminhos?