O maior propulsor da nossa mudança foi, sem dúvida alguma, a possibilidade de oferecermos uma vida melhor para nossas meninas.
Viver em um lugar menos violento, culturalmente múltiplo e com chances reais de um bom futuro.
Na teoria já parecia muito legal, na prática se mostrou melhor ainda…
A verdade é que aqui tem muita coisa pensada e planejada para as crianças.
O que mais chamou a nossa atenção, num primeiro momento, foi a quantidade de parquinhos espalhados pelos bairros. Num raio de 2km da nossa casa somos servidos por quatro. Os parquinhos, geralmente, têm uma parte apenas para crianças pequenas e isso é bem seguro. É bem comum ir aos playgrounds depois das aulas durante a semana.

As bibliotecas dos bairros possuem alas inteiras para crianças… isso fica fácil sendo o país do Roald Dahl e da Beatrix Potter. Além de livros, há semanalmente contação de histórias, rodas de brincadeiras, aulas de caligrafia, hora do chá…

Em nosso bairro, por exemplo, há uma biblioteca com uma ala inteirinha para a criançada! Livros, mesas com jogos de tabuleiro e xadrez, computadores completíssimos e programação semanal de contação de histórias, músicas e brincadeiras!
Nas famosas lojas de caridade que existem por aqui, há espaços com móveis, objetos, roupas e brinquedos. Se um novo na loja já é acessível, imagina nas charity’s shop!

Na escola da nossa filha mais velha existe um child centre: um espaço que conta com pediatra e enfermeira que atende as crianças que moram no entorno. Crianças até 5 anos são levadas pelos pais e atendidas semanalmente. A partir dos 6 a escola leva com uma enfermeira escolar. Além de médicos e enfermeiras, estes espaços contam com pedagogos que formulam atividades para as crianças que ainda não frequentam o ensino formal (que aqui começa, na maior parte das vezes, aos 3 anos).

Assim que uma criança nasce, a família recebe em sua residência um health visitor que acompanha de perto o desenvolvimento do bebê até os 12 meses. Tudo o que diz respeito ao bebê é anotado no redbook.

Londres é a cidade dos museus grátis! Science, Natural History, Childhood, Victoria and Albert, British, Naval History e tantos outros que não cobram pela entrada e oferecem oficinas diversas. No Naval History, Edda foi convidada a fazer uma máscara de pirata; no Childhood ela participou de uma brincadeira de roda antiga, no British ela refez uma obra famosa do museu em um tablet, no Science ela construiu um foguete!
Temos inúmeros exemplos das facilidades que temos para nossas crianças aqui. Há muitas opções de entretenimento para nossos filhos e isso é realmente fantástico.
Em muitos cinemas da cidade, há clubes com pagamentos mensais. Mas se você não quiser fechar o pacote, é bem acessível levar as crianças para assistir aos últimos lançamentos.

Muito diferente da nossa realidade brasileira é a forma como as crianças dialogam com a comunidade que as cercam. Nossa filha mais velha vai semanalmente à aula de natação com a professora a pé pelo bairro. Nos muitos estudos de meio que acontecem, os alunos chegam ao destino utilizando o transporte público da cidade: algo até então impensável em nossa antiga realidade.

Saber que nosso primeiro objetivo foi alcançado tão rápido, nos motiva a continuar batalhando para que os próximos também sejam.